quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Bringuisburg - capítulo 2

Capítulo 2
Bringuisburg.

-Jovem príncipe. Acho que o senhor já foi longe demais. Acho melhor voltarmos – comentou uma raposa.
-Não, Trupik. Se é o que diz a profecia, tenho que encontrar a princesa – disse um jovem.
-E o senhor acha que é um princesa? Pode ser sei lá.. um unicórnio. HAHAHAHAHA! – riu Trupik.
-Cala a boca sua raposa besta. Desde quando príncipes se casam com animais ou camponesas?
-Hm.. não sei, tudo pode acontecer não acha? Então.. acho que devíamos descançar um pouco. Odeio ficar andando em florestas.
-Você é uma raposa, Trupik – disse Edward sem entender.
-Hn.. claro, mas ach.. – Trupik parou de falar e olhou ao redor, farejando.
-O que foi?
-Shh.. tem alguém ali – apontou para frente – acho que está dormindo.
Edward puxou a espada cuidadosamente para não fazer barulho, andaram até o local que a raposa apontara.
-Quando eu contar três – susurrou Edward para a raposa – Um.. Dois.. TRÊS!
-PARA! É.. é uma garota – disse assustado Trupik.
-Que.. menina estranha, qu- que roupas engraçadas – riu Edward – Ela está acordando.
Kate, acorda lentamente. Abre os olhos e diz..
-Hn.. mãe? Já chegou?
-Hn.. senhorita, sou príncipe Edward e esse é meu amigo Trupik.
-Hn.. – Kate senta na grama e percebe que não está em seu quarto, e sim em uma floresta.  – AONDE ESTOU? CADÊ MINHA CAMA? MINHA GUITARRA? – grita a garota assustada
-Kitaga? O que é isso? – pergunta a raposa ao príncipe
-GUI-TAR-RA.. ESPERA! VOCÊ ESTÁ FALANDO! VOCÊ É UM ANIMAL! NÃO DEVERIA FALAR! – Kate se levanta rapidamente.
-Sim minha senhora. Estou falando, aqui em  Bringuisburg todos falam – disse Trupik com deboche.
-Er, senhorita.. calma podemos te ajudar.. – disse calmamente Edward se aproximando da garota.
-Espera ai, você disse Bringuisburg? HÁ.. só deve estar brincando com a minha cara. Como um lugar que eu criei pode existir?
-Você criou Bringuisburg? Olha, isso seria mesmo impossível.. – disse Edward rindo.
-Você é Edward, certo? O príncipe Edward. Que tem que achar uma noiva chamada Kate e.. ai droga.
-Sim, sou eu e.. o que houve?
-Eu sou Kate – disse Kate meio sem jeito – Olha, não é o que está pensando certo? É que..
-Você é Kate? – disse Edward sorrindo para a raposa – Eu não acredito, sabe quantos dias estou te procurando?
-Sim, eu sei – susurrou Kate pra si mesma
-... Sabe o quanto eu tive que andar a procura de alguém chamada Kate?
-Hn.. sei.
-Senhorita..
-Kate – disse ela.
-Hm, okay. Kate, venha.. vou levá-la até meu reino e mostrá-la aos meus pai.
-Não, não. Sabe porque? Porque esse reino é louco. É maluco, desde quando animais falam? E você acha que eu vou me casar com você? Só por causa de uma profecia idiota? Você está muito enganado Edward, os dois estão. Eu não criei esse mundo pra eu me casar com um louco bonito. Vou voltar pra casa, não sei como, mas vou. – disse Kate irritada dando meia volta e andando para o  lado oposto dos outros.
-Hn, realmente meu príncipe, essa Kate é estranha.
-KATE! – gritou Edward, correndo até ela – Você não conheçe Bringuisburg..
-Conheço até demais – comentou Kate andando.
Edward a alcançou e a puxou pelo braço, Kate acaba encostando o rosto no peitoral dele, assim, ficando com o rosto corado.
-Kate, olha. Eu sei que você deve estar confusa sobre essa profecia, mas teremos que cumpri-la, teremos que trazer a paz pro meu povo.
-Olha, Edward.. eu não vou me casar com alguém que eu não conheço!
-Eu te entendo, eu também penso assim.
-Pronto! Ninguém vai casar – disse Kate se afastando dele mas pisando no rabo de um animal.
-AI! – disse o animal em um rugido.
-Não, não diga que é um leão.
-Hn, tudo bem, eu não digo – disse Edward rindo.
-Olhe por onde anda criança – disse um leão atrás de Kate. Um animal grande, com pelos cor de mel.
-Como vai Briu? – perguntou Edward com autoridade.
-Bem, muito bem Vossa Majestade. E o senhor?
-Bem, obrigado.
-E, se me permite perguntar.. quem é essa pessoa? – perguntou Briu rondando Kate.
-Ah sim, essa é Kate.
-KATE? NÃO! Então quer dizer que a paz reinará em Bringuisburg?
-Não – disse Kate irritada.
- O QUE? Não pode fazer isso, precisa se casar! Com o príncipeEdward! – disseram mais criaturas aparecendo entre eles.
-Eu.. eu só tenho 17 anos – disse Kate assustada ao ver mais criaturas estranhas se aproximando.
-E eu tenho 20. Não é grande diferença – disse gentilmente Edward, o que fez Kate corar.
-Olha, eu criei Bringuisburg, eu criei cada criatura que habita esse mundo e..
-Então foi você que trouxe essa desgraça pra nós – disse um centauro se aproximando.
-Bom, sim.. – suspirou Kate – eu sinto muito. Mas..
-Mas nada. Você pode tratar de nos trazer a paz – disse um animal – você que fez isso tudo, então trate de arrumar a bagunça que fez.
-Eles estão certo minha querida – disse o leão – Ajudaremos você. Se precisar de guerreiros, terá.
-Guerreiros? Não estão pretendendo fazer guerra, não é? – perguntou Kate pasma.
-Hm.. bom, a feitiçeira está voltando a ficar forte, precisaremos de alguma estratégia – disse o príncipe.
-Guerras não levam a nada – disse ela com tristeza.
-Lógico que sim! – disse emburrado a raposa – Bringuisburg não entra em guerra há vários anos, porque ninguém tem coragem de desafiá-la depois da guerra dos Guaritin. NÓS ganhamos! – comentou a Trupik com ar de superioridade.
-Trupik, menos.. – disse severamente Briu.
Por um instante, Kate se lembrou de seus pais. “Como eles deveriam estar sem a minha presença? Devem estar muito preocupados”, pensou a garota.
-Vou dar a vocês uma chance, para mostrar que eu sou a garota certa.
-Nos dar uma chance? – disse rudemente o centauro – Nos dar? Como se nós precisassemos de você, sua humana despresível – em certo segundos ele com um movimento rápido pegou a sua espada e ameaçou Kate, mas Briu foi mais rápido. Ele entrou na frente de Kate e rugiu, fazendo com que Kate caísse sentada.
-Tome cuidado com o que fala seu animal egoísta! – disse bravamente Briu.
-Não fale assim com ele sua bola de pêlos inútil! – disse outra criatura.
-HEY! Parem! – gritou Edward que fez todos se calarem – Chega. Mostraremos a Kate que ela é a garota certa. Briu, você que conhece os vales melhores que todos nós, me leve até lá. Passaremos Kate no portal da D’uest.
-Vão me passar aonde? – perguntou a garota assustada.
-Não se preocupe minha cara – disse educadamente Briu – estará segura.
Edward puxou Kate pela mão e foi andando, sendo guiado por Briu e vários outros animais. Kate não imaginava que Bringuisburg era realmente maravilhosa. O céu é diferente, não é aquele azul encardido igaul o da cidade, é limpo. Haviam animais de tudo quanto era tipo, tudo se mexia e falava.
-AI! CUIDADO! – gritou uma árvore ao sentir uma de suas raíses ser pisada.
-Hn, desculpe – disse Kate assustada.
-O que achou de Bringuisbug? – perguntou o príncipe.
-Melhor do que eu imaginava...
-Humf, essa garota não sabe de nada – disse Trupik.
Kate por um instante tentou chutar Trupik, mas Edward a impediu e depois sorriu para ela.
-Ele é mal humorado assim mesmo – susurrou ele em seu ouvido.
Chegaram então, depois de algum tempo, a uma árvore imensa, com troncos verdes e folhas azuis. E no meio do tronco tinha um formato de um rosto de uma mulher idosa. Briu rugiu, e cerca de segundos o rosto da velha começou a se mecher, até que ela bocejou.
-Nham... o que foi, Briu? Uma pobre árvore antiga não pode mais descançar?
-Você está descançando há mais de mil anos – disse gentilmente o leão. A árvore riu, e foi saindo dela uma mulher idosa. Seus cabelos eram tão brancos e brilhantes que pareciam prateados. Usava uma longa camisola rosada, andou até os outros descalça.
-Quem é essa garota agradável? – perguntou a mulher.
-Esssa é Kate, D’uest – disse o jovem príncipe.
-Kate? Hm.. aonde eu ouvi esse nome..?
-Na profecia – disse Trupik.
-Sim, sim.. minha cara, o que te faz vir aqui? – perguntou gentilmente D’uest.
-Eu apenas segui um conselho de uma amiga, estou vivendo as minhas histórias malucas. Uma árvore não fala! Existem várias garotas que se chamam Kate..
-Não no nosso reino – susurrou Trupik.
-...Não posso ser a única. – completou Kate, chutando levemente Trupik.
Uma das raíses da árvore se mexeu e puxou Kate pela cintura. A garota gritou, assustada, tentando se soltar.
-NÃO SE MEXA! – gritou o leão.
“Como não se mexer? Ela pode simplesmente me esmagar!”, pensou Kate. O tronco da árvore se partiu em dois, como se ouvesse uma porta no meio. Uma das raízes que a segurava, a passou por essa entrada, logo depois D’uets passou pela entrada. Kate não sabia o que fazer, fechou os olhos com toda a força que podia, estava com muito medo. “Relaxe a sua mente.” Disse a árvore.
-Pensar em nada? – perguntou Kate.
-Sim, não pense em nada – Por um momento Kate achou que estaria ficando louca, criou coragem e abriu os olhos. Teve uma incrível visão. Tudo dentro da “misteriosa porta” era um azul crepúsculo, no meio desse crepúsculo tinha um rosto de uma mulher idosa com os olhos laranjas e a boca vermelha. Sua voz era tão suave quanto a pele de um bebê. As raízes da árvore a soltaram, e ela sutilmente tocou os pés, como se houvesse um chão – Você está me achando bonita? – riu D’uest.
-Está lendo minha mente? – corou Kate.
-Estou, me desculpe. Como vou saber se você é a Kate que todos estão falando se não posso dar uma pequena olhada na sua mente? Hm.. você é muito teimosa minha criança. Corajosa até certo ponto. Gosta de música em? Edward adoraria ouvir você tocar Pleunest..
-Não, não.. não conte a ele que eu  toco algum instrumento..  er, Pleunest? – perguntou Kate, mas antes que D’uest pudesse responder, um forte raio de luz invadiu o misterioso local dentro da velha árvore. Kate por um instante sentiu muito frio, e percebeu então que não vestia mais as mesmas roupas que estava usando a menos de um minuto atrás, agora vestia um maravilhoso vestido azul bem claro, com mangas de bruxo, com detalhes riquíssimos em uma linguagem desconhecida em dourado. Algumas mexas de seu cabelo foi preso por folhas douradas, calçava sapatilhas douradas. Em sua cintura, estava presa uma espada. – “Eles acham que eu vou conseguir lutar com uma espada!” – pensou ela.
-Nós não achamos, nós sabemos disso – respondeu D’uest seriamente – Minha criança, você é a escolhida. Se não fosse, não teria sido possível essa sua transformação. Vamos, é hora de voltar.
                As raíses das árvores voltaram a segurá-la. Em questão de segundos, Kate regressara a Bringuisburg.
-Ela é bem teimosa – disse D’uest.
-Já sabemos disso – comentou Trupik.
-Então Kate, ela respondeu suas perguntas? – perguntou Briu.
-Na verdade, não tivemos muito tempo para perguntas, gastamos todo o tempo trocando de roupa – disse Kate olhando suas novas roupas.
-Você se acha corajosa? – perguntou D’uest.
-Sim, até certo ponto.
-Então mostre sua coragem para os outros. Prove a eles que você não passa de uma simples tocadora de Pleunest... ah sim Edward, ela toca – comentou D’uest.
-Hm, bom saber disso – riu o príncipe.
Kate fechou a cara, emburrada.
-Então jovem, provamos que você é a escolhida? – perguntou D’uest.
Kate olhou para baixo, queria chorar muito. O que que estava em sua cabeça? Aceitar concelhos de Claire.. “Viva suas histórias”.  Kate então derramou uma lágrima, e mais outra, e mais até que tampou o rosto com as mãos e começou a chorar. Sentiu alguém a abraçar forte e beijar sua testa.
-Kate, você pode fazer isso.. você teve uma coragem imensa de nos criar, então tem coragem de enfrentar o que não criou. Não estará sozinha. Vai ter ajuda de todos nós. Do nosso magnífico Briu o leão, de Kart o centauro, de Kish o lobo, deTrupik a raposa, e lógico.. vai ter a minha ajuda – Edward levantou o rosto de Kate, secou suas lágrimas e deu um beijo no rosto dela.
-Hn.. – Kate corou fortemente e disse – Okay, vou trazer a paz para todos vocês, lógico com a ajuda de todos.
Todos gritaram de alegria, Kate riu junto com Edward.
-Então, acho que não conheçe Bringuisburg inteira.. estou certo? – disse Edward pegando a mão de Kate.
-Hm.. não – disse Kate sorrindo.
-Então, venha.. irei te mostrar algumas coisas..
Edward foi andando e puxando a mão dela. Todos os outros olhavam para eles com sorrisos em seus rostos.
-Acho que ele gostou dela. – disse o lobo.
-Você acha? Você viu como ela ficou com o rosto vermelho só dele beijar sua testa. – comentou o urso.
-Logo logo eles se casam. – disse a raposa.

Edward e Kate andaram muito, Kate apreciou a vista de vários ângulos. Não imaginara Bringuisburg daquele jeito. Era um mundo muito lindo. Já estava ficando tarde..
-Quero te mostrar um coisa, vem.. – puxou Kate cuidadosamente até o final de uma montanha aonde tinha uma cachoeira do outro lado – Adoro essa parte, o por do sol aqui é mais bonito, e dá pra ver Bringuisburg toda.
-Que lindo, realmente eu não conheço o que criei.
Edward riu. Kate se sentou e ficou apreciando a paisagem. Era lindo demais pra pensar em como voltar pra casa ou como sua mãe ou seu pai devem estar agindo sem sua filha em casa. Edward sentou ao lado dela. Ele percebeu então que ela estava fechando os olhos lentamente, estava com sono e cansada.
-Kate, pode deitar no meu colo.
-Não, eu não estou com... – bocejou – sono.
-Não, que isso. – sorriu o príncipe.
Kate então deitou em seu colo, continuava com os olhos em Bringuisburg inteira.
-Ela é grande – comentou ela.
-Bringuisburg? Sim, é muito. Achou que era só uma cidadizinha? – perguntou Edward acariciando o rosto da garota.
-Hm, não.. eu imaginei que era só o seu rieno.
-Mas é, Bringuisburg é dividida em diversos reinos, mas o principal é o que meu pai comanda.
-Ah sim. Vocês mudaram a história.
-Ou você não pensou nela direito – riu Edward, Kate o acompanhou.
A noite havia chegado, Edward resolveu deitar. Mas antes ele acomodou Kate ao seu lado, apoiando o rosto da mesma em seu ombro. Os dois dormiram, ouvia-se apenas o som da cachoeira e os dos animais noturnos. Ninguém havia se lembrado de que a feitiçeira estava voltando a recuperar suas forças. Rulet estava ficando cada vez mais forte, e estava muito mais a frente que os outros. Rulet podia estar aprisionada naquelas ruinas, mas já tinha um exército pronto para atacar o castelo de Edward, queria matar o rei e a rainha por ter feito aquilo com ela.
Ao amanhecer várias criaturas horrendas atacaram Bringuisburg, Kate começou a  sentir muita dor no peito, como se estivesse criando um burado nele. Ela acordou gritando de dor. Edward acordou assustado.
-O que foi, Kate? – perguntou ele preocupado.
-Meu peito... dói.
-MEU PRÍNCIPE! BRINGUISBURG ESTÁ SENDO ATACADA! – Briu veio correndo e gritando.
-O que? Impossível... por quem? – perguntou o príncipe levantando e ajudando Kate a ficar de pé.
-Rulet – disse Briu seriamente.
-Briu, leve Kate para longe daqui. Ela está ferida, acho. Irei com os outros para casa – disse Edward em um mandado de ordem – Kate, eu volto. Briu irá cuidar de você.. okay?
-Não, eu vou junto. Esqueceu de quem fez isso tudo? – perguntou Kate – Estou bem, não estou ferida.
-Nem pensar. Você fica – disse o príncipe seriamente, e com um beijo na testa se despede dela. Edward sai correndo em direção ao palácio.
-Briu, eu quero ir pro...
-E você vai querida – interrompeu Briu – consegue caminhar? Vamos pra Bringuisburg rapidinho. Você precisa estar lá, você sentiu que Bringuisburg ia ser atacada.
-Vamos como? Voando?
-Exatamente.
-O QUE? Você também voa?
-Não.. – riu Briu – leões não voam.
-E nem falam..
-Hm, acho que está certa. – sorriu Briu – vou chamar um amigo meu. Ele nos levará e nos ajudará lá – Briu rugiu alto, muito alto – Espere um pouco, ele já vai chegar – minutos depois, apareceu então uma criatura que Kate nem imaginava em citar na história. Um grande dragão avermelhado, com manchas alaranjadas. Na ponta da calda havia vários espinhos. Seus olhos eram imensamente verdes.
-Briu, há quanto tempo – disse o dragão pousando.
-Sim, Sharku. Essa é Kate, e ela precisa de uma carona até Bringuisburg.
-Você não vai, Biu? – perguntou Kate.
-Vou correndo. É melhor pra mim.
Sharku sorriu para Kate e abaixou para que ela pudesse subir em suas costas – Se segure criança.
Não deu tempo de Kate responder, ele velantou voô. Era rápido demais, Kate então agarrou o pescoço do dragão, fechou os olhos com força. Em poucos segundos, estava chegando em Bringuisburg. O reino estava horrível, várias casas haviam sido queimadas, várias pessoas haviam se ferido. Mas Kate não percebeu nenhuma pessoa morta, isso foi um alívio para ela. Sharku então, cuspiu fogo no inimigo. Kate abriu os olhos e viu que o fogo de Sharku não atingia ninguém da cidade, apenas o inimigo.
-Como que você...
-Sou de sua imaginação, não sou? – disse ele sorrindo – Você que me deve uma explicação para isso.
-Hn, eu nem estava imaginando um dração na história – disse ela.
-Sabe usar um arco e uma flecha? – perguntou o dragão.
-Sim, aprendi antes de me mudar para Bolton.
-Imagine um, e o use.
-Mas e se eu atirar em alguém do nosso lado?
-Imagine o arco direito – disse Sharku cuspindo mais fogo.
Kate então, o obedeceu. Imaginou um arco e uma flecha que matasse apenas o inimigo, e em suas mãos apareceu um. Kate mirou bem em um bicho estranho que estava derrubando uma casa e então ela soltou a flecha. A arma atravessou a criatura em uma velocidade incrívelo, o matando.
-Muito bem, Kate – disse orgulhoso Sharku.
-Obrigada – sorriu Kate triunfante.
-Vou descer no telhado do castelo, desça e tente chegar na torre mais próxima, entre na porta da torre e procure o rei e a rainha, eles devem estar feridos.
-Hm, okay – disse ela sem esperanças.
Sharku então, pousou no telhado do castelo. Kate desceu e com cuidado, conseguiu chegar até a torre. Abriu a porta e entrou no castelo. Ao abrir a porta se deparou com uma criatura estranha. Seu rosto era totalmente deformado, seus dentes podres. Os olhos vermelhos. A criatura segurava uma arma e com ela, atacou Kate. A garota caiu sentada, puxou a sua espada e tentou se defender, o que não aconteceu perfeitamente. O monstro fez um grande corte em seu braço. Kate gritou de dor, a criatura riu.
-Rulet in cölùngri! – gritou a criatura.
                Kate se levantou, precionou com força o grande corte em seu braço. Segundos depois, a criatura gritara, mas não como da última vez e sim de dor. Ele caiu, morto.
-Falei pra você ficar lá – disse uma voz atrás do corpo do monstro.
-Hn, sou teimosa – disse Kate, tentando se levantar.
-Você está ferida – disse o príncipe a ajudando.
-É só um corte...
-Um grande corte – interrompeu ele, rasgando um pedaço de sua blusa e amarrando-o no braço da garota – Temos que achar meus pais.
-Hm, é.. – disse sem jeito. Edward não esperou por ela, saiu a procura de seus pais. Olharam em várias salas, e nada – Edward, deveríamos estar lá fora para ajudar os outros.
-Tenho que encontrar meus pais – Disse ele desesperado, subindo e descendo escadas, entrando e saindo de várias salas.
-EDWARD! PRECISAMOS DE SUA AJUDA! – gritou Briu.
-Preciso encontrar..
-Kate pode cuidar disso. – disse ele interrompendo o príncipe.
                Edward suspirou, olhou para a garota e para o leão.
-Procure meus pais – disse ele seriamente. Logo em seguida, saiu correndo com o leão para fora do castelo.
-Ótimo, procurar seus pais. Aonde? – gritou Kate nervosa – Calma Kate, vamos começar nos quartos. Hn, lá em cima. – adivinhou ela. A garota começou a subir as escadas, em busca dos quartos. Chegou em  um, nada. Abriu a segunda porta, uma sala vazia – Qual a utilidade de uma sala vazia? Que desperdício de espaço – resmungou ela. Kate abriu várias outras portas, e nada. Pensou em desistir, mas logo imaginou o que Edward iria falar com ela, “Sua inútil, só nos trouxe destruição. Não conseguiu fazer um simples favor, achar meus pais!”, “Não, não.. sou sencível demais para ouvir isso”, pensou ela. Encontrou então, uma gigantesca porta, abriu-a com muito dificuldade, teve então uma grande surpresa: um homem muito elegante, deitado no chão, morto. Uma mulher linda ao lado dele chorando, estava muito ferida.
-Quem é? – perguntou ela assustada.
-Meu nome é Kate, sou amiga de seu filho.. vim para ajudar – disse ela se aproximando e ajoelhando perto da rainha.
-Estou morrendo, meu marido morreu. Nosso reino está sendo atacado, como poderá me ajudar? – disse ela rudemente.
Kate por um momento se sentiu muito ofendida, mas compreendeu perfeitamente o que ela queria dizer. O que uma garota de 17 anos poderia fazer em um momento desses?
-Kate hn? A futura rainha de meu filho? – disse ela tentando sorri – prometa que trará a paz em nosso reino.
-A paz..? – Kate foi interrompida pelo príncipe, que chegou perto de sua mãe. Estava com uma aparência horrível, suas vestes estavam rasgadas, seu rosto machucado, seus cabelos embaraçados e seus olhos, lotados de lágrimas. Kate nunca o vira assim, estava sofrendo tanto fora como dentro.
-Mãe.. – disse Edward com a voz falhando – Pai...
-Edward.. – disse sua mãe tocando o rosto do filho, estava muito fraca, mal conseguia falar  – vá com os outros...
-NÃO! Não posso te deixar aqui – disse Edward entre lágrimas.
-Meu anjo, volte.. o que vai adiantar me tirar daqui ? Estou muito ferida, é só questão de tempo até eu morrer.. quero que ajude aqueles que estão feridos. Fiquei feliz por ter achado sua noiva.. – sorriu a rainha para Kate – me prometa que trará Bringuisburg como era antigamente..
-Eu.. eu.. – Kate suspirou fundo e abaixou a cabeça – Eu prometo.
-Obrigada – disse gentilmente a rainha – Vá meu filho, por favor.
Edward puxou Kate pelo braço fortemente até a saida do castelo.
-EDWARD! EDWARD! ME SOLTA! ESTÁ ME MACHUCANDO! – gritou Kate para o príncipe.
O príncipe e a garota chegaram ao jardim do castelo e lá encontraram todos os sobreviventes do reino, todos os animais. Edward soltou o braço de Kate e começou a discutir com ela.
-VOCÊ ESTAVA LÁ! VOCÊ PODIA TER AJUDADO MINHA MÃE! POR SUA CULPA ELA ESTÁ MORTA!
-Ahh sim, claro.. foi tudo culpa minha. Eu que cheguei lá e enfiei uma espada em seu peito. Talvez ela não devia ter sido uma excelente rainha e mereceu morrer!
Todos os presentes olharam pasmos para Kate.
-Você não sabe o que está dizendo... você.. você pudia ter ajudado – disse Edward, gaguejando.
-E você acha que eu fiz o que?
-Você só truxe destruição para nós! Bringuisburg estaria bem melhor sem você aqui..
-Tem razão, ela estará bem melhor sem mim. Acho que já está na hora de voltar para casa..
-É, está mesmo..
-Não – disse seriamente o dragão – você prometeu que iria se casar com Edward.
-Hm.. acho que não poderei cumprir minha promessa, porque acho que todos vocês perceberam, Edward não quer se casar comigo.. ele está me acusando de ter matado seus pais.
Edward permaneceu calado. Kate olhou para todos e depois voltou o olhar ao príncipe. Deu meia volta e começou a andar em direção a floresta.
-Você não a culpou por isso. Me diz que foi mentira – disse Briu.
                Edward resmungou, sentou na grama e começou a ouvir as broncas do leão.
-Temos que ir atrás dela – disse Trupik – Meu senhor deverá pedir desculpas para a moça.
Briu nem esperou a resposta de Edward, saiu correndo com esperanças de alcançar a garota. Kate não estava muito longe, conseguiu chegar no lugar aonde foi encontrada.
-KATE! – gritou em um rugido.
-O que foi, Briu? – perguntou  Kate parando de andar.
-Kate, não vá. Você nos prometeu que nos ajudaria. Você viu o que aconteceu no castelo, agora ele realmente precisa de ajuda...
-Eu... – disse Kate o interrompendo – eu pensei em uma maneira de voltar para casa. Isso é um sonho. E para acabar com sonhos, é só acordar assustado. Então vou fazer algo que eu possa acordar como se eu estiisse morrendo, tem alguma ide..
-A caxoeira – disse seriamente Briu.
-Como?
-Só alguém completamente doido para pular de uma caxoeira de Bringuisburg. Principalmente aquela caxoeira que Edward te mostrou – disse Briu entre risadas.
-Hm.. – suspirou Kate sorrindo, então ela andou até o local da caxoeira, ajoelhou-se e olhou a altura – Bom, você acha que se eu pular daqui, eu conseguiria voltar? – a garota então, sentou na grama.
-Kate, eu estava brincando.. – disse Briu andando em direção a garota.
Kate não esperou que Briu terminasse sua frase,  já tinha se levantado e se posicionado em um local adequado para um mergulho no alto de uma montanha.
-BRIU! KATE! O que você vai fazer, Kate? – perguntou Edward correndo para alcançar Briu e a garota na floresta.
-Seria óbvio, não meu príncipe? – disse Trupik – Ela vai dar um mergulho – riu Trupik.
Kate não esperou a resposta de Edward, ela apenas pulou.
-Droga – Edward saiu correndo até a margem da caxoeira para pegá-la.
A garota então teve a esperança que já estava em casa até sentir muito frio, sentir suas vestes completamente molhadas, ela então abriu os olhos debaixo da água, achou que estava louca quando viu humanas com caudas, elas cantavam e brincavam. Queria poder ouvir mais aquelas belíssimas vozes, tinha que voltar para a superfície, estava ficando sem ar. Mas as vozes daquelas criaturas eram tão lindas que Kate começou a adormeceu, seu corpo foi afundando lentamente. Sentiu seu braço ser puxado rapitamente, chegou a superfície em questão de segundos. Kate tossiu, respirou fundo até recuperar o fôlego. Edward a puxou até a margem.
-Kate... o que deu em você? – perguntou Edward se aproximando da garota.
-Eu.. eu quero vol--tar  para casa.. – disse ela trincando os dentes de frio.
Edward apenas sorriu e com um gesto simples, sem esforço nenhum, ele a segurou no colo – Vamos, vou lhe dar roupas secas.
-Va--vamos a-aonde? – perguntou Kate.
-Para minha casa. Estão a reconstruindo, o castelo quase não teve nenhum dano, eu diria uns dois dias até ele ficar como era antes – disse o príncipe andando em direção ao castelo.
-E seus pais? – perguntou Kate timidamente.
-Cremados – disse Edward, com uma espressão de tristeza.
-Eu.. eu sinto muito.
-A culpa não foi sua. Me desculpe por ter gritado com você daquele jeito.
O príncipe e a garota chegaram então ao castelo, Kate ficou maravilhada com as roupas que Edward havia lhe oferecido. Eram lindas. Kate então, vestiu um vestido vermelho, com os mesmo detalhes dourados que havia no seu antigo vestido. Edward resolveu mostrar cada cômodo do castelo, jantaram juntos e ele a ensinou a lutar. Os dois resolveram passar a noite no jardim, ficaram adimirando as estrelas e assim, os dois cairam no sono. Kate, como da última vez, deitada no peitoral de Edward. Mais um dia em Bringuisburg, mais uma vida naquele reino mágico..

3 comentários:

  1. Neste capítulo senti pinceladas de Senhor dos Anéis.

    O clássico uma história dentro de uma hitória, também o saboroso linguajar estranho de seres tão estranhos quanto.

    Amo um romance, principalmente o roamnce que vivo todos os dias com o meu anjo.

    Trágico a morte dos pais de Edward. O rapaz terá que aprender a ser homem com 20 anos de idade. Primeiro virá a sede de vingança, depois a dissipação da amargura e o recomeço.

    Gostei deste capítulo, tu detalhas os elementos pertinentes com equilíbrio.
    Apenas melhore a tua ortografia, pois tu estás comentendo erros em relação a isto.

    Desejo a Kate a coragem de uma promotora, de uma delegada, de uma agente secreta do serviço britânico. Pois aparentemente ela irá precisar desta coragem e de alguém em quem confiar.
    Dale tua literatura Marina. O verdadeiro tchê!!!
    Galvão, Felipe Galvão. - Advogado Geral da União.

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  2. Amo este template assaz Vintage.

    Desejo a Kate, Edward e demais amistosos; coragem de leão e brandura do cordeiro; altivez de um príncipe e humildade de um escravo; fugacidade do relâmpago e persistência do pingo d’água; rigidez do carvalho e a flexibilidade do bambu.
    Galvão, Felipe Galvão. - Advogado Geral da União, mais conhecido como Flip por seus amigos.

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  3. UAU quero ler maaaais *-* e lembra crônicas de nárnia mesmo, rs
    muito bom, parabéns, mari

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